No Brasil, as doenças cardiovasculares têm um impacto significativo na taxa de mortalidade. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 300 mil pessoas sofrem de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) anualmente, e cerca de 30% desses casos resultam em óbito.
Projeções indicam que até o ano de 2040, esses eventos cardiovasculares podem aumentar em até 250% no país. Esses números alarmantes evidenciam a importância de medidas preventivas e do cuidado com a saúde do coração para combater esse cenário preocupante.
Doenças cardiovasculares mais comuns na população
Existe uma diversidade de doenças que pode afetar o coração, no entanto, algumas das doenças cardiovasculares mais comuns, incluem:
Doença arterial coronariana
Caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias coronárias, que podem levar a obstruções e redução do fluxo sanguíneo para o coração. Pode resultar em angina (dor no peito) ou infarto do miocárdio (ataque cardíaco).
Hipertensão arterial
É uma condição em que a pressão arterial está constantemente elevada. A pressão arterial alta pode danificar as artérias ao longo do tempo, aumentando o risco de doença cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e outras complicações.
Insuficiência cardíaca
É uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Isso pode ocorrer devido a danos no músculo cardíaco causados por doenças cardíacas, hipertensão, diabetes ou outras condições.
Doença arterial periférica
É caracterizada pelo estreitamento das artérias que fornecem sangue para os membros inferiores, como pernas e pés. Pode causar dor nas pernas durante a atividade física, úlceras nas pernas e aumentar o risco de amputação.
Acidente vascular cerebral (AVC)
Popularmente conhecido como “derrame”, ocorre quando o suprimento de sangue para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido. Isso pode ser causado por um coágulo de sangue bloqueando uma artéria cerebral (AVC isquêmico) ou por uma hemorragia cerebral (AVC hemorrágico).
Arritmias cardíacas
São alterações no ritmo normal do coração, podendo ser rápidas, lentas ou irregulares. Podem causar palpitações, desmaios, tonturas e podem aumentar o risco de complicações graves, como acidente vascular cerebral ou parada cardíaca.
Quais os fatores de risco que podem influenciar no desenvolvimento de uma doença cardiovascular?
Para determinar o risco de desenvolver uma doença cardiovascular, é necessário realizar uma avaliação abrangente que leve em consideração vários fatores de risco. Aqui estão alguns dos principais fatores que os médicos e outros profissionais de saúde consideram ao avaliar o risco cardiovascular:
Idade: O risco aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos para os homens e 55 anos para as mulheres.
Gênero: Os homens têm um risco ligeiramente maior de desenvolver doenças cardiovasculares em comparação com as mulheres, especialmente antes da menopausa. No entanto, após a menopausa, o risco nas mulheres se iguala ao dos homens.
Histórico familiar: Ter parentes de primeiro grau (pais, irmãos) com doenças cardiovasculares pode aumentar o risco.
Tabagismo: Fumar ou ser exposto ao fumo passivo aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares.
Pressão arterial elevada: Ter pressão arterial sistólica (o número superior) acima de 120 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (o número inferior) acima de 80 mmHg é um fator de risco importante.
Colesterol alto: Níveis elevados de colesterol total, especialmente o colesterol LDL (“ruim”), aumentam o risco de desenvolver complicações cardiovasculares.
Diabetes: Ter diabetes tipo 2 ou resistência à insulina está associado a um maior risco cardiovascular.
Obesidade: O excesso de peso, especialmente quando se concentra na região abdominal, aumenta o risco.
Estilo de vida sedentário: A falta de atividade física regular está associada a um maior risco cardiovascular.
Dieta pouco saudável: Uma alimentação rica em gorduras saturadas, gorduras trans, colesterol e sal, além de pobre em frutas, vegetais, grãos integrais e fibras, pode aumentar o risco.
Como o risco de doença cardiovascular pode ser estimado pelo cardiologista?
Para avaliar seu risco individual, é recomendável procurar um profissional de saúde, como um médico cardiologista.
Eles podem realizar uma avaliação completa, incluindo exames físicos, análise de histórico médico e familiar, testes laboratoriais e, se necessário, avaliações adicionais, como um eletrocardiograma (ECG), teste de esforço ou ecocardiograma com Doppler.
Com base nesses dados, eles poderão determinar seu risco cardiovascular e fornecer recomendações personalizadas de prevenção e tratamento, se necessário.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) utiliza o escore de risco global de Framingham para estimar a probabilidade de ocorrência de eventos cardiovasculares nos próximos 10 anos, como doença coronariana, cerebrovascular, arterial periférica ou insuficiência cardíaca.
Através desse método, o paciente é classificado em quatro níveis de risco: baixo, intermediário, alto e muito alto. Cada nível implica em estratégias e medidas preventivas específicas, adaptadas ao risco, com o objetivo de reduzir ou reverter os fatores de risco.
Para calcular o escore, o profissional de saúde avalia dados clínicos e exames complementares do paciente, como idade, sexo, níveis de colesterol, pressão arterial, presença de diabetes, histórico de tabagismo e uso de estatinas. Cada resposta recebe uma pontuação, que é somada no final e classificada de acordo com a tabela correspondente ao sexo.
O total de pontos estimado representa a probabilidade percentual de o paciente desenvolver um evento cardiovascular nos próximos 10 anos, e com base nesse resultado, ele é categorizado em um dos quatro níveis de risco: muito alto, alto, intermediário ou baixo.
Pacientes com múltiplos fatores de risco, eventos cardiovasculares prévios ou doença aterosclerótica significativa (obstrução igual ou superior a 50%) são considerados de risco muito alto. Homens com pontuação superior a 20% e mulheres com pontuação superior a 10% são classificados como de alto risco.
Risco intermediário é atribuído a homens com pontuação entre 5% e 20% e mulheres entre 5% e 10%.
Já o baixo risco engloba indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 30 e 74 anos, cuja probabilidade de eventos cardiovasculares seja inferior a 5%, além de pacientes de risco intermediário não diabéticos, sem histórico familiar de doença coronariana prematura e escore de cálcio zero.
A Clínica Castro Lima dispõe de um método personalizado de avaliação do seu risco cardiovascular, patenteado com o nome ARCardio pelo qual é possível monitorar o seu nível de risco de forma objetiva e intuitiva, facilitando o seu controle.
É importante ressaltar que essas categorizações são baseadas em avaliações médicas individualizadas e orientada.
A prevenção das doenças cardiovasculares é essencial. Medidas como uma dieta saudável, controle do peso, prática regular de exercícios, estilo de vida saudável e realização de exames regulares são fundamentais para afastar o risco de doenças.
Busque sempre orientação médica personalizada para um plano de prevenção adequado.